Bom, primeiro devemos ter em mente que muito provavelmente Ancelotti não usará o mesmo esquema tático de Mourinho. Só para termos um parâmetro, o Paris Saint-Germain jogou no 4-4-2 em sua última partida no Campeonato Francês, quando o italiano ainda comandava a equipe: Verratti e Matuidi formaram a dupla de volantes; Chantomê e Pastore jogaram pelos lados e Ibrahimovic formou a dupla de ataque com Lavezzi.

Mourinho, no entanto, sempre atuou com um atacante mais preso área – mesmo nas raras vezes que Higuaín e Benzema figuravam na equipe titular -, dois “pontas” e um meio-campista para pensar o jogo, muito embora que todos os jogadores do setor ofensivo trocavam constantemente de posições.

Se utilizarmos, então, o 4-4-2 como base para montar o time do Real Madrid hoje, ficaria mais ou menos assim: Casillas (ou Diego López): Carvajal (ou Arbeloa), Varane, Sergio Ramos e Marcelo (ou Coentrão); Xabi Alonso, Modric (ou Khedira), Özil (ou Isco) e Di María; Cristiano Ronaldo e Benzema.

Com a eminente transferência de Higuaín para o Arsenal, muito se fala em uma contratação de peso para a posição do argentino. Luis Suárez, do Liverpool, e Cavani, do Napoli, são os mais especulados. Sendo assim, fica impossível dizer que Benzema será o titular absoluto do ataque, não só pela concorrência que pode vir a ter, mas também pela dúvida do esquema que será utilizado por Ancelotti.

Muito se falou que com a chegada do técnico italiano, Kaká passaria a ter mais chances e, por conta disso, Di María e Özil estariam ameaçados. Eu, sinceramente, não acreditei nesta hipótese em momento algum, e agora, com a chegada de Isco pelo valor de 30 milhões de euros (87 milhões de reais), muito menos.

Para quem não conhece, Isco é como se fosse uma mistura de Özil com Di María. Ele é mais cerebral que o argentino e incisivo que o alemão. Joga mais pelo centro do campo, mas pode atuar pelos lados. É driblador, tem bom passe e um ótimo chute de direita.

“Você não está exagerando não?”, não. Ele é muito bom de bola mesmo. Não à toa foi eleito o melhor jogador sub-21 da Europa no ano passado – entre outros prêmios individuais – e, com apenas 20 anos de idade, foi convocado para a seleção principal da Espanha.

Ou seja, se havia alguma dúvida de que, tanto Özil, como Di María estivessem com suas posições ameaçadas, não existe mais. Eles estão sim, e muito.